Cotidiano #01 from
Frederic on
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História
Embora receba as águas de diversos rios tributários que descem das encostas circundantes, entre os quais se destaca o
Rio dos Macacos (hoje canalizado), apresenta águas salobras.
A lagoa apresenta duas ilhas:
Inicialmente habitada pelos índios
Tamoios, que a denominavam
Piraguá (que significa "enseada de peixe", pela junção de
pirá, peixe e
kûá, enseada ) ou
Sacopenapã (caminho dos
socós), com a chegada do colonizador português, o governador e capitão-geral da
Capitania do Rio de Janeiro,
António Salema (1575-1578), pretendeu instalar um engenho de
açúcar nas margens da lagoa. Para livrar-se da presença indesejável dos
indígenas, recorreu ao estratagema de fazer espalhar roupas anteriormente utilizadas por doentes de
varíola às margens da lagoa, vindo assim a exterminá-los. Iniciou-se, então, o plantio de
cana-de-açúcar e a montagem do Engenho d'El-Rey, onde atualmente funciona o Centro de Recepção aos Visitantes do
Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Posteriormente, essas terras foram adquiridas ao doutor Salema pelo vereador
Amorim Soares, passando a lagoa a ser referida como "Lagoa de Amorim Soares". Com a expulsão deste da cidade em
1609, as terras foram vendidas para o seu genro,
Sebastião Fagundes Varela, com a consequente alteração da toponímia para "Lagoa do Fagundes". Este latifundiário, por aquisição e invasão, ampliou as suas propriedades na região, de maneira que, em torno de
1620, já era proprietário de todas as terras que se estendem do atual bairro do
Humaitá até o atual bairro do
Leblon.
Durante o
século XIX, foram cogitadas diversas soluções para o problema da renovação de suas águas, até que, em
1922, a
Repartição de Saneamento das Zonas Rurais apresentou um projeto visando a "sanear e embelezar a Capital para as festas do Centenário da Independência". Esse projeto consistia na abertura de um canal, através de dragagem, aprofundando a barra, religando a lagoa ao mar. Com a sua execução, a terra retirada do canal formou a
Ilha dos Caiçaras, atual sede do clube de mesmo nome.
Em pouco tempo, surgiram aterros às suas margens que reduziram, paulatinamente, o seu espelho d'água, surgindo o
Jockey Club Brasileiro, o
Jardim de Alá e a sede esportiva do
Clube Naval na Ilha do Piraquê. O canal dragado passou a denominar-se Canal do Jardim de Alá.
A lagoa representa, atualmente, uma das principais atrações
turísticas da cidade do Rio de Janeiro. É conhecida como "O Coração do
Rio de Janeiro", devido a seu formato semelhante a um coração. O bairro
Lagoa recebe sua denominação devido à Lagoa Rodrigo de Freitas. É um bairro de classes média-alta e alta e possui um dos maiores
índices de desenvolvimento humano do país.
A lagoa tem uma parte dela aterrada. Isso ocorreu nos meados do século XX (lá pelas décadas de 1940, 1950 e 1960), já que muitos morros, como o da Praia do Pinto, foram ocupados nas margens da lagoa e, por muitos e muitos anos, abrigou favelas com cerca de 50 000 moradores. Só que os barracos erguidos nos morros eram de risco, podendo desabar. Então o governo, depois de mais de vinte anos da ocupação dos morros, expulsou todos os moradores e "desmontou" os morros, aterrando grande parte da cidade. Seus moradores foram para o subúrbio e passaram a morar em conjuntos habitacionais. No lugar dos morros, foram construídos os prédios de apartamentos e parques.
Clube de Regatas do Flamengo;Com 2,4 milhões de metros quadrados de superfície, sobre o seu
espelho d'água praticam-se esportes aquáticos como o
remo, ou simplesmente passeia-se de pedalinho. Em seu entorno, encontram-se um estádio de remo (
Estádio de Remo da Lagoa), uma
ciclovia pavimentada, com 7,5 km de extensão, diversos equipamentos de lazer e quiosques de alimentação, que oferecem itens da
gastronomia regional e internacional. Aí, se encontram também alguns dos mais importantes clubes da cidade:
Desde
1995, na época de Natal, há a tradição de se montar uma gigantesca
árvore de Natal iluminada, aproveitando o seu espelho d'água.
Embora sobreviva às suas margens uma
colônia de pescadores, a lagoa é vítima de um problema crônico de mortandade de
peixes, causado pela proliferação de
algas (
eutrofização) que consomem o
oxigênio nas águas. Vários estudos de
engenharia hidráulica foram realizados, podendo -se citar o de
Saturnino de Brito, o de
Saturnino de Brito Filho realizados no
HIDROESB, o do
LNEC, em Lisboa e o da Universidade de Lund, na Suécia acompanhados pelos engenheiros brasileiros Jorge Paes Rios e Flavio Coutinho. Todavia nenhuma solução concreta de renovação das águas foi implantado até 2013. Recentemente, a iniciativa de um biólogo tem tido um efetivo sucesso na reintrodução de algumas espécies nativas de
manguezal, vegetação nativa de seu entorno.
A Lagoa Rodrigo de Freitas sediará competições de canoagem e remo dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016 e dos Jogos Paralímpicos de Verão de 2016. Existe uma grande preocupação quanto a saúde dos atletas durante a competição. Em 2015, treze remadores dos Estados Unidos apresentaram problemas estomacais depois de uma competição na lagoa, que foi considerada evento-teste dos Jogos Olímpicos. Na ocasião, os atletas sofreram de vômito e diarreia. Além disso, foi reconhecido pelo governo do estado que não há tempo disponível para limpar efetivamente a lagoa para as competições Olímpicas .
FONTE: wikipedia